Segundo a reumatologista Evelin Goldenberg, do Hospital Albert Einstein, problema que atinge até 10% da população e aparece com frequência a partir dos 25 anos, está entre as principais causas de insônia na população. A síndrome também é desencadeada por dietas exageradas que deixam o organismo com deficiências de ferro e ácido fólico.
Imagine a cena: um casal está dormindo. Durante a noite, ele chuta várias vezes a parceira em movimentos involuntários. Às vezes, o mesmo acontece com os braços. Quem está deitado ao lado, apanha e se irrita. Quem dá os "tapas e pontapés" também acorda. No fim, os dois dormem pouco, ficam cansados e mal-humorados.
Durante o dia, principalmente no fim da tarde, ele sente dores nas pernas, vontade de movimentá-las e câimbras. Ficar sentado no escritório é um tormento. Deitar só piora a sensação. Amigos e parentes dizem que é falta de potássio. Ele passa a comer bananas. Nada muda. A mulher continua "apanhando", ele faz vários exames, não obtém resultado, passa a ficar deprimido e estressado.
Ele pode estar sendo vítima da síndrome das pernas inquietas, problema que atinge até 10% dos brasileiros e está entre as principais causas de insônia na população. Os pacientes também afirmam sentir sensação desprazeirosa nas pernas, sem conseguir identificar o motivo.
A síndrome das pernas inquietas, que aparece com mais freqüência a partir dos 25 anos, provoca câimbras, arrepios, formigamentos, puxões, dores, coceiras ou queimações nos membros inferiores. Essas sensações desagradáveis costumam piorar no fim de tarde e à noite. Ficar muito tempo sentado ou deitado torna-se um pesadelo.
Segundo a reumatologista Evelin Goldenberg, do Hospital Albert Einstein, quem sofre com a síndrome das pernas inquietas realiza uma série de exames para detectar problemas em nervos ou vasos sangüíneos. Os testes são frustrantes e os pacientes não encontram solução. "Infelizmente a maior parte das pessoas sofre sem saber que tem tratamento", afirma a reumatologista.
Além disso, essa síndrome pode esconder problemas como fibromialgia, insuficiência renal crônica, além da artrite reumatóide. Segundo Evelin, muitas mulheres que se submetem a dietas malucas e ficam com deficiências de ferro e ácido fólico também podem apresentar a síndrome. "Os portadores passam anos dormindo mal e procurando tratamentos para distúrbios do sono sem atacar a causa", alerta a especialista.
Pesquisa - Estudo recente realizado com 4.310 pessoas, entre 29 e 79 anos, na Alemanha, concluiu que a síndrome das pernas inquietas é comum, atingindo duas vezes mais mulheres do que homens e com risco aumentando entre as que têm um ou mais filhos. A pesquisa, chamada Study of Health, foi publicada no Archives of Internal Medicine. Pessoas com a doença têm redução significativa na qualidade de vida, já que costumam dormir mal e apresentam excesso de sonolência, cansaço e sinais de estresse durante todo o dia.
A classificação da Síndrome das Pernas Inquietas é:
- Leve: de 5 a 25 movimentos/hora
- Moderada: de 25 a 50 movimentos/hora
- Grave: mais de 51 movimentos/hora
fonte: Editoria Cyber Diet
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