As horas de sono são essenciais para relaxar a mente e o corpo. O tempo de descanso varia muito: há quem precise de oito horas, no mínimo, para recarregar as baterias, enquanto outros habituam-se a noites mais curtas. Mas e quando a pessoa fica simplesmente na cama, muito mais do que o necessário? Será que dormir demais é doença?
A psicoterapeuta Maura de Albanesi explica que quando alguém dorme em excesso, pode ser um indicativo de que a pessoa está com dificuldades em lidar com a vida. “Isso não deixa de apontar uma vontade de se isolar do mundo e do que está a acontecer. É como se a pessoa dissesse “não quero viver isto, prefiro dormir”, esclarece.
Entenda quando é que dormir demais é doença
Conforme explica Albanesi, é preciso ter atenção quando a vontade de dormir em excesso aparece. Principalmente porque esta vontade está muito associada à ilusão de que você poderá desligar-se das coisas, e depois acordar mais serena e pronta para encontrar soluções para todos os problemas. Mas nem sempre é esse o caso.
É por isso que, na dificuldade de encontrar respostas, dormir demais pode se tornar um círculo vicioso. Diante do sintoma, de acordo com a psicoterapeuta, é importante avaliar o seu cotidiano para verificar o que está por trás disso. “Dormir demais, neste contexto, seria uma fuga para não enfrentar a realidade”, aponta ela.
Dormir em excesso é um sintoma associado a padrões de depressão – e neste caso, pode ser um indicativo de doença. “Essa analogia faz sentido, pois o deprimido tende a apresentar esse comportamento já que, para ele, dormir é um momento de trégua, em que cessam as cobranças e inquietações internas”, esclarece a psicoterapeuta.
Quem sofre de depressão costuma ficar muito tempo na cama, pois a doença suga toda a energia e disposição da pessoa. A pessoa não tem interesse e vontade de fazer nada. A única coisa que quer é ficar na cama. Quando esse padrão de comportamento é constante, a melhor alternativa é buscar auxílio profissional.
Como reverter o hábito
Em um caso de depressão, o conflito interno pode se agravar ainda mais. A dificuldade de enfrentar a vida, eventualmente, gera na pessoa uma sensação de vazio e improdutividade. “Há uma cobrança interna muito grande. Afinal, quando não realizamos nada, somos tomados por um sentimento de inutilidade, que gera o ciclo de negatividade”, contextualiza Maura.
Nas famílias, é comum que esse comportamento incomode e seja classificado como preguiça. Esse julgamento pode piorar ainda mais o sofrimento interno da pessoa afetada. A vontade de dormir em excesso, neste cenário, precisa ser vista como um sintoma do que pode ser associado a um padrão de depressão.
A melhor abordagem para um problema de vontade de dormir exacerbada, segundo Albanesi, é compreender que a pessoa pode estar a passar por um momento de stress, que gera também cansaço e desgaste. Ela precisa resgatar a sua força interior.
Para reverter esse desejo de se desligar do mundo, é interessante investigar as causas fisiológicas e emocionais por trás dele, com auxílio do psiquiatra e do psicoterapeuta.
fonte: Adaptado: Doutissima
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