Agora os peritos em condicionamento físico estão alardeando que essa é a frequência ideal para suar a camisa em exercícios aeróbicos. Mas nada de desânimo: cumprir a meta é muito mais fácil do que pode par
Sentimos informar: aquela história de que fazer atividade física três vezes por semana já seria o suficiente para blindar a saúde e moldar o corpo acaba de cair por terra. A ordem agora é incluir na rotina de exercícios mais dois dias de ginástica. Calma, você não precisa ficar sócio do clube dos malhadores pesados, mas apenas acrescentar uma hora semanal de caminhada ou corrida, com intensidade moderada, ao seu programa de treinos. A sugestão vem de duas instituições médicas que, de certa maneira, governam as recomendações do gênero mundo afora a American Heart Association (AHA) e a American College of Sports Medicine (ACSM) (veja o complemento desta matéria "Qual o seu ritmo?").
Os últimos índices adotados para o controlo dos diabetes e das doenças cardiovasculares é que colocaram em xeque, em diversos estudos recentes, a velha rotina de três dias de exercício. Ela parece não ser o bastante para que a taxa de glicemia se sustente em 100 ao longo de toda a vida esse agora é o valor saudável; antes era 110. Sem contar o colesterol, que hoje os médicos não querem que ultrapasse os 200 miligramas por decilitro de sangue. Para conseguir a proeza, é preciso se mexer cinco vezes por semana, sim.
Aliás, o coração é o principal alvo da indicação recém-propagada. Qualquer exercício aeróbico regular traz benefícios ao sistema cardiovascular, mas eles vão desaparecendo se a pessoa só se mexe de vez em quando. Além dos bons efeitos para o peito, a atividade física feita com disciplina favorece os ossos, os músculos e o bem-estar. Cresce a produção de endorfinas, e isso minimiza a ansiedade e a depressão.
Para quem alega falta de tempo, a AHA e a ACSM propõem, no lugar dos cinco dias de exercícios moderados por meia hora, três dias por semana de ginástica puxada por 20 minutos. Só que aí é fundamental fazer avaliações médicas para evitar o risco de sobrecarregar o corpo. Ou seja, concentrar a missão de cinco dias em três não é para qualquer um.
Motivação, como o próprio nome sugere, significa motivar para a ação. Sempre é possível encontrar uma razão forte para levar o mais renitente dos sedentários ou mesmo a preguiçosa legião de gente que se mexe eventualmente a fazer atividade física dia sim e outro também. Então, para que a velha desculpa da agenda cheia não deixe você 100% enferrujado, procure alternativas. Quem sabe não dá para ir e vir do trabalho de bicicleta ou até mesmo a pé desde que a caminhada tenha uma passada mais apertada? Subir as escadas do seu prédio em vez de usar o elevador também é melhor do que nada.
Considere ainda que um bom condicionamento cardiovascular vai repercutir de modo positivo até mesmo nos momentos de lazer. É o caso dos futebolistas de final de semana. Ele fará mais golos se, à custa de corridas curtas diárias, tiver melhorado sua capacidade respiratória. O desporto não beneficia só o coração, mas também as articulações. E quem vive sem dor vive melhor.
Contudo, o exercício pode ser uma faca de dois gumes. É preciso respeitar o corpo e se praticar aos poucos. Uma pessoa que nem sequer caminha não pode começar com uma corrida puxada. Muito menos cinco vezes por semana. Porque daí a ameaça de uma grande encrenca, seja ela muscular, óssea ou cardíaca, aumenta ainda mais se a atividade for intensa. fonte: Adaptado do original de César Kurt | foto EDU SVEZIA
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