Se parar para observar as palavras que as pessoas mais utilizam, consegue aprender imenso acerca do que se passa nas suas mentes. As suas palavras também contam uma história. Ao ouvir e analizar as palavras que utiliza constantemente, poderá parar com a programação inconsciente que limita a sua performance.
Muitas vezes utilizamos certas palavras limitantes mesmo antes de pensarmos nelas. O nosso subconsciente utiliza palavras "seguras" que fazem com que coisas sem importância se transformem num problema enorme, ou permitem com que procrastinemos. Há quem dê o nome a estas palavras de "palavras doninhas".
Estes são exemplos de palavras que o tornam fraco e que muito provavelmente utiliza bastantes vezes durante o dia mesmo sem notar:
- Precisar / Ter de - Não posso / consigo - Mau - Tentar
Preciso / Tenho de
Os pais utilizam muito o "tens" quando falam com os seus filhos. "Precisamos de ir, tens de vestir o teu casaco."
Na verdade, você não tem de ir e não precisa do casaco. A sua mãe provavelmente queria sair, e provavelmente você iria ter frio de não vestisse o casaco, mas "precisar" não é o termo correto. Quando você diz na sua cabeça que precisa de algo quando a realidade é que você apenas quer algo, o que acontece é que está a transformar um desejo num problema de sobrevivência em que o cérebro primitivo acredita que você realmente PRECISA de algo para viver.
Tente passar uma semana sem utilizar a palavra "preciso". Você irá sentir a tentação de utilizar a palavra, mesmo quando lhe parece que realmente necessita de a dizer, mas talvez não seja bem verdade. Por exemplo, você poderá dizer que "precisamos sair de casa agora se queremos chegar à loja antes que ela feche." Mesmo assim, esta é uma forma limitada de pensamento. E se ligar à loja e questionar se será possível ficaram abertos alguns minutos mais tarde?
Ao utilizar a palavra "preciso", você está a colocar uma caixa inconsciente à volta da solução, limitando a creatividade.
Não posso / consigo
O "não posso" ou "não consigo" são o conjunto de palavras mais destrutivos que você pode utilizar. Quando você diz isto, está a querer dizer que não existe absolutamente nenhuma forma possível, roubando assim o seu poder e esmagando a inovação e criatividade. Quando você diz "não consigo fazer isso", você está a dizer ao seu sistema nervoso que não existe nenhuma forma de o fazer, causando assim uma sensação de incompetência. O que você realmente quer dizer é: 1) Gostaria de ter alguma ajuda para o fazer, 2) Não tem as ferramentas necessárias para o fazer, ou 3) Não sabe como o fazer. Se tiver os recursos suficientes, é muito pouco provável que não consiga de facto fazer algo.
Para o seu cérebro consciente, é obvio que quando diz "não consegues," é porque realmente necessita algo para que o possa fazer. No entanto isto não é assim tão óbvio para o inconsciente porque esta parte do cérebro não entende o contexto; no entanto, ele continua a ouvir as palavras que utiliza. Quando você fala, o inconsciente das outras pessoas também o ouvem. Esta falha de comunicação entre as duas partes do seu cérebro cria confusão e um stress subtil. Faça por utilizar palavras que tenham o mesmo significado para as duas partes do cérebro, e irá tornar-se numa pessoa mais calma e capaz.
Infelizmente os "não podes" ou "não consigues" são colocados no seu inconsciente muito cedo na infância, porque os país muitas vezes dizem "não podes fazer isso". O que na verdade eles queriam dizer era "Se tu fizeres isso vais-te magoar ou vais sujar tudo", etc. O mesmo acontece quando dizemos "Não consigo fazer isto sem ter A, B, ou C.". Ao dizer ao nosso sistema nervoso que apenas é possível fazer algo que estivermos em alguma circunstância especial, também estamos a limitar a criatividade. Uma forma melhor de o dizer seria "Eu não sei como fazer isso a não ser que tenha A, B ou C".
Experimente. Passe uma semana sem utilizar estas palavras. Poderiamos dizer "Aposto que não consegue", mas neste caso uma forma ainda melhor de o dizer seria "Aposto que irá ser bastante difícil até que comece a praticar!"
Mau
Esta é mais uma palavra que é colocada na nossa mente mesmo antes de termos uma hipótese de pensar sobre ela. Na realidade, muito poucas coisas são realmente "más", e mesmo ao dizer que elas são "más" estámos a fazer um julgamente segundo o nosso ponto de vista. Ao forçar um julgamente binário, onde algo ou é bom ou é mau, está a limitar o alcance do seu pensamento. Por exemplo, poderá dizer "Eu estava a planear um picnic, e agora está a chover, que mau...". Ao dizer isto, está automaticamente a não pensar que a chuva poderá estar a ajudar a apagar algum fogo ou a impedir uma seca. Você não ganha nada ao decidir que algo é bom ou mau.
Imaginemos uma dieta por exemplo. Em vez de dizer-mos que um alimento é bom ou mau, devemos perceber que alguns alimentos são mais favoráveis do que outros. No entanto é verdade que um hambúrguer de soja cheio de glúten é sempre melhor do que morrer de fome. Novamente, não é um mau alimento, simplesmente não é tão bom quanto poderá ser.
Tentar
"Tentar" é uma espada com duas pontas. Por um lado, nós queremos que as nossas crianças aprender algo, que o pratiquem, e que continuem a "tentar". Esta é uma forma natural e saudável de falar com as crianças, mas é possível fazer melhor. A palavra em si não é das melhores porque quando dizemos "tentar" estamos a pressupor a possibilidade de falhar. Se alguém disser que vai tentar ir buscá-lo ao aeroporto, você estará com esperança de que realmente essa pessoa irá conseguir? De certeza que não. Você sabe que haverá possibilidade de essa pessoa não o fazer. No entanto, se alguem disser que vai buscá-lo ao aeroporto, você certamente irá acreditar. Se disser a si mesmo que irá tentar manter a dieta ou que irá tentar ler o livro, o seu subconsciente já planeou falhar.
"Não! Tentar não. Faça ou não faça. Tentar não há."
Esta frase foi dita por Yoda no filme Guerra das Estrelas, e carrega consigo muita sabedoria.
Este poderá parecer um artigo "inspiracional" apenas para que se "sinta bem", mas não é. Mudar a sua linguagem é algo importante, e grátis, que pode iniciar HOJE e que irá melhorar imenso a sua vida pessoal e profissional. Se pretende que o seu cérebro faça todas as coisas de que ele é capaz, então deverá incutir-lhe uma boa programação. A linguagem é parte dessa mesma programação. Use-a conscientemente e com precisão, e verá que irá alcançar e fazer coisas que nunca soube que seria capaz.
E então, aceita este desafio? Nos próximos sete dias, faça por não utilizar nenhuma destas palavras, pelo menos sem ponderar muito bem primeiro!
fonte: Adaptado de: Bulletproof.com e Daveasprey.com
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