Se você sofre com as aftas, não desanime. O problema ainda não tem solução, mas pode ser amenizado
A afta é um mistério que desafia os especialistas desde os tempos do grego Hipócrates, considerado o pai da Medicina, no século V a.C. Trata-se de uma patologia que atinge 20% da população mundial, sobretudo mulheres por causa das alterações hormonais — e começa cedo.
Impedir o surgimento das aftas é tarefa impossível. Mas que dá ao menos para evitar surtos repetidos, isso dá. Basta conhecer alguns dos agentes causadores bem identificados. Muitos deles, porém, permanecem incógnitos. Para complicar, o que provoca a afta em uma pessoa pode ser inofensivo para outra. E, por incrível que pareça, o diagnóstico nem sempre é fácil. É quando se acende o sinal vermelho: o cancro de boca pode ser confundido com uma afta indolor que não cicatriza.
Examinar a boca diante do espelho é uma boa maneira de detectar anormalidades Os pontos mais atingidos pelas aftas são a parte interna das bochechas, a língua e a área embaixo dela e a face interna dos lábios. Pomadas analgésicas são eficientes para aliviar a dor, mas às vezes é preciso entrar com medicamentos mais complexos, como cortisona, desde que receitados por um especialista.
Bochechos com própolis podem funcionar como paliativo. Já o bicarbonato de sódio é desaconselhado porque, embora tenha efeito analgésico, destrói células saudáveis da mucosa. Esqueça também a cauterização. Essa prática, bastante comum, queima a afta, mas abre uma nova lesão que demora mais a cicatrizar.
Uma afta dificilmente evolui para algo mais grave. No entanto, lesões ulcerativas semelhantes podem ser sintoma de problemas hematológicos, distúrbios do aparelho digestivo, herpes e até sida. Daí a importância de uma avaliação clínica mais detalhada. A boa notícia é que o problema tende a diminuir com a idade, tornando-se raro após os 50 anos. Se apesar dos cuidados a úlcera surgir, o jeito é ter paciência e esperar que cicatrize.
Lista do mal: o que pode causar aftas
• Frutas cítricas • Chocolate • Ovo • Leite • Alimentos condimentados • Stress • Ansiedade • Alergias • Distúrbios hematológicos • Menstruação • Deficiência de vitamina B12, ácido fólico e ferro • Predisposição genética • Reação auto-imune do organismo • Má higiene bucal • Traumatismos na mucosa
Olha o cancro de boca! Ele pode parecer uma afta indolor Esse tumor está em sexto lugar no ranking dos tipos mais frequentes e, em 90% dos casos, é provocado pelo fumo. Álcool e radiação solar nos lábios também têm culpa no cartório. Se diagnosticado a tempo, pode ser curado. Estes são os sintomas iniciais: alterações de tamanho, cor, sensibilidade, úlceras indolores que não cicatrizam, formigamento, caroços e sangramentos. Para não correr o risco, visite o dentista pelo menos uma vez por ano.
O ciclo da lesão: saiba como ela nasce, evolui e vai embora sem deixar vestígios 1. A afta começa com um processo inflamatório na mucosa bucal sem uma causa precisa. No início, surge um ponto avermelhado, acompanhado de certo desconforto. Esse estágio dura de dois a três dias.
2. O organismo reage contra a inflamação, enviando células protetoras que, a partir do terceiro dia, formam no local uma membrana cinza-esbranquiçada rica em fibrina, substância que irá atuar na cicatrização. A afta já está formada.
3. Abaixo da membrana onde se formou a lesão, células infiltradas provocam a necrose da área próxima à superfície. É o auge da dor, por volta do quinto dia.
4. Do sétimo dia em diante, tem início o processo de cicatrização espontânea, quando o tecido da mucosa começa a ser reconstituído. A lesão vai desaparecendo aos poucos e a dor também.
fonte: Maria Dolores
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